Em tempos de quarentena e perspectivas de retomada dos negócios tenho acompanhado pesquisas e artigos sobre tendências e comportamento de consumo, assuntos que tenho grande interesse, assim compartilho com vocês nesse texto minha análise e impressões.
A palavra de ordem é a resiliência, por definição a capacidade de se recobrar facilmente ou se adaptar. As empresas que conseguem atuar com flexibilidade e adaptabilidade, adequando-se ao mercado e às demandas do consumidor com maior agilidade têm mais facilidade para traçar novas estratégias. Será importante endereçar oportunidades para uma retomada saudável e planejar criando cenários para o novo normal, levantando inclusive os benefícios e as implicações que as adaptações trarão. O desenho do novo planejamento deverá considerar o papel da marca na sociedade (o que fala e como age), seu propósito e a reconexão afetiva entre pessoas e marcas.
A questão da marca torna-se mais importante com a incerteza da retomada do consumo, que ainda prevalece e provavelmente oscilará nos 12 meses seguintes ao declínio da pandemia, chegando aos patamares de consumo do início de 2020 em momentos diferentes para cada setor.
Algumas tendências já foram amplamente divulgadas, como a aceleração e democratização das tecnologias e plataformas digitais, agora essenciais para qualquer negócio. Consumidores de todas as idades puderam experimentar e intensificar o consumo digital, com retorno positivo, por meio do e-commerce, aulas, lives, compartilhamento de dados, aplicativos, etc.
Novos valores e culturas surgirão como resultado desse período, alavancando mudanças e levando a uma reflexão sobre consumo consciente e percepção de valor, reforçando ainda mais a necessidade dos discursos das marcas estarem alinhados a seus propósitos e ações. O mercado de luxo pode ser incluído aqui, e estudar as novas tendências e preferências com grande destaque para a segurança.
O consumo e atendimento seguro serão essenciais e parte do valor percebido nas decisões de compra do cliente. A preocupação com a saúde estará em alta por algum tempo, trazendo a necessidade da criação de protocolos, novos layouts e rotinas em lojas e áreas de lazer. A tecnologia poderá ser um grande aliado também nesse quesito.
Saúde em alta se conecta com a valorização de uma melhor qualidade de vida e preferência por produtos que tragam bem-estar. No turismo a procura por destinos que não sejam em metrópoles, mas bucólicos ou naturais, ao mesmo tempo que acessíveis o suficiente para que as pessoas possam retornar para casa com facilidade e segurança.
A casa assume o papel de lar novamente sendo um ponto de atenção para o investimentos da família e pequenas reuniões: conforto, decoração, utilitários e produtos DIY (Do It Yourself) poderão ter grande destaque e procura.
Será importante valorizar a base de clientes fiéis, que participaram da sua comunicação ao longo de todo o processo de crise, e poderão contribuir para o aquecimento do negócio. Com tanta inovação e ajustes de portfólio os consumidores estarão reavaliando e experimentando novas marcas, o que é uma grande oportunidade na aquisição de novos clientes para as marcas que agirem com coerência, resiliência e adaptabilidade.
